Certamente o tempo é um dos temas que mais nos chamam a atenção, além de ser também de difícil entendimento.
O tempo é mais uma das ilusões de Maya (a deusa da ilusão), pois, como tudo que se apresenta, o tempo também é uma energia, energia esta que é o diferencial entre a terceira e a quarta dimensão, a dimensão do mundo espiritual, logo acima da nossa, onde vivem os que não estão mais entre nós. Mas isto ficará como tema para outro artigo; o importante é entendermos agora que o tempo é uma sucessão de fatos, ou seja, energia em movimento.
Para melhor compreensão, observemos que nosso calendário e o relógio estão diretamente vinculados ao movimento de rotação da Terra, que define as horas e os dias, e ao movimento de translação, que define os anos. Em face do seu tamanho e distância do Sol, cada planeta proporciona medidas de tempo diferentes das nossas, e, num parâmetro menor de comparação, podemos ainda observar que nossos movimentos definem nossa relação com o tempo, ou seja, apesar de o tempo se apresentar para nós como uma linha contínua, traz consigo uma relação particular com cada pessoa e momento. A isso chamamos sensação do tempo.
A sensação do tempo é individual, e reflete a relação dos movimentos de cada pessoa com o eixo temporal. Isso explica a sensação que temos de que o tempo parece estar passando mais rápido quando estamos fazendo muitas coisas, e a de que um minuto corresponde a uma eternidade quando estamos fazendo algo que consideramos desagradável.
Considerando então que o tempo é uma energia sutil, assim como a luz, a eletricidade e a força motriz, e que é também uma forma de energia, e muito embora qualquer forma de energia seja inesgotável, pois obedece à lei da ciclicidade apenas se transformando, podemos dizer, pelo nosso ângulo de visão de encarnados na terceira dimensão, que o tempo é uma forma de energia esgotável, pois estamos levando em consideração nosso tempo de vida sobre o planeta e não a essência energética.
Tendo assimilado isso, podemos agora compreender que o tempo como energia é mais uma das bênçãos divinas dadas à humanidade, mais uma dádiva que nos foi concedida para podermos atuar fazendo uso dos nossos veículos, seja através nosso corpo físico, da nossa vitalidade, das nossas emoções, ou da nossa mente dentro do mundo material. Este motivo por si só já justificaria nosso zelo em bem aproveitar esta energia para o verdadeiro propósito a que nos foi cedida gratuitamente, ou seja, o caminho da evolução.
Entender para quê existe o tempo torna-se também fundamental para que possamos aproveitá-lo de forma adequada, pois, se nosso referencial de vida for simplesmente desfrutarmos dos confortos e prazeres da vida, encontraremos muitas atividades que podem preenchê-lo, seja na rede, na cama ou no sofá, que são os três melhores lugares para aproveitarmos bem nosso tempo. Contudo, se entendermos de fato que existe um caminho a trilhar em busca de uma vida eterna em comunhão com o Universo, tomaremos uma posição ativa frente à vida, dando a ela seu verdadeiro sentido, o que somente será possível através do bom e inteligente uso do nosso tempo.
Ficamos pasmos quando nos lembramos de pessoas comuns que conseguiram fazer grandes obras durante sua vida e que normalmente seriam consideradas impossíveis para nós. Estas pessoas passam a ser referenciais de vida ao concluirmos que elas dispuseram das mesmas vinte e quatro horas diárias que temos. Mas por que conseguem fazer tantas coisas úteis e nós não?
Por um motivo muito simples: desperdiçam menos energia. E se você quer entender como isso acontece, sugiro uma experiência nova de vida baseada em algumas regras que seguem abaixo:
1) Tenha um referencial de vida: todos nós precisamos ter um referencial, um sonho, um arquétipo de vida bem definido, que necessariamente seja transcendental, tão forte e perene que reja toda a nossa existência;
2) Molde seus objetivos: todos os objetivos, planos, metas de vida, seja nos estudos, trabalho, lazer ou nas conquistas materiais, necessariamente têm de ser coerentes com seu referencial de vida, como um barco que ajusta sua rota pela orientação do farol costeiro;
3) Selecione o que faz: não desperdice seu tempo com coisas vazias: assista somente a programas que lhe acrescentem algo, leia bons livros, tenha lazer sadio, selecione suas companhias, não durma além do necessário, selecione suas experiências;
4) Planeje seu dia: tenha diariamente um planejamento por escrito do que deve fazer no dia seguinte, por ordem de prioridade, e cumpra. Se não conseguir cumprir, não procure justificativas, e sim procure corrigir os erros;
5) Não assuma o que não pode cumprir: aprenda a dizer não para aquilo que não pode cumprir;
6) Seja eficaz: não basta ser eficiente, pois eficiente é aquele que faz, mas muitas vezes faz o que não precisa ser feito; ser eficaz é fazer bem aquilo que precisa ser feito. Isso evita ter de refazer algo ou fazer coisas desnecessárias;
7) Delegue: não seja concentrador: saiba delegar atribuições a pessoas com menor aptidão. Isso vai ajudá-las a se desenvolverem. Além de poupar seu tempo, é também um ato de generosidade;
8) Seja disciplinado: não deixe para amanhã o que pode fazer hoje, execute as pequenas tarefas na hora. Não confie na memória, anote, adote uma agenda, cumpra seus compromissos, cumpra os horários;
9) Conheça seu corpo: analise qual o horário que seu corpo tem mais energia vital, pois as pessoas são diferentes: algumas produzem melhor pela manhã, outras à tarde. Procure marcar reuniões ou outras atividades no período menos produtivo, e maximize seu período produtivo;
10) Use a tecnologia: utilize-se da tecnologia para ganhar tempo: meios de transportes, informática, internet, celular, etc.
Cumprindo estes dez mandamentos da boa utilização do tempo, você ficará surpreso com seu próprio rendimento, com o quanto pode produzir, e com o quanto desperdiça de energia. Perceberá que começará a sobrar-lhe tempo para suas causas nobres: as causas da humanidade.